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Antes, a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e a DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) eram problemas comuns entre profissionais que passavam anos desempenhando atividades repetitivas. No entanto, essa realidade tem mudado. Cada vez mais, jovens e adolescentes estão desenvolvendo dores crônicas causadas pelo uso excessivo de celulares, computadores e videogames.
Nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, Dia Mundial de Combate às LER/DORTO, especialistas da área da saúde alertam para o problema. A má postura, a falta de pausas e a longa exposição às telas são fatores determinantes para o aumento desses casos. Segundo o professor Luciano Pereira, fisioterapeuta e docente da Estácio, “os adolescentes passam horas segurando o celular em posições inadequadas, forçando punhos, pescoço e ombros. Esse esforço repetitivo, ao longo do tempo, pode desencadear inflamações e dores crônicas.”
Os sintomas podem começar de forma sutil, mas a longo prazo se tornam limitantes. Dormência, formigamento, dores nos punhos, cotovelos e ombros são sinais comuns de alerta. “Muitos jovens ignoram as dores iniciais, mas, sem um cuidado adequado, o quadro pode evoluir para inflamações mais graves, como tendinites e síndrome do túnel do carpo”, explica Luciano.
Além das dores musculares, a postura inadequada ao utilizar celulares e computadores também pode gerar desalinhamentos na coluna, agravando o problema. A prevenção passa pela conscientização e adoção de novos hábitos. Luciano recomenda que os jovens realizem pausas regulares durante o uso de telas, façam exercícios físicos e adotem posturas mais ergonômicas.
“A cada 30 minutos de uso, o ideal é parar um pouco, movimentar os braços e o pescoço para evitar sobrecarga”, orienta.
Para quem já apresenta dores persistentes, a recomendação é buscar avaliação profissional o quanto antes. “Fisioterapia e exercícios específicos podem corrigir o problema antes que ele se torne algo crônico e incapacitante”, alerta o fisioterapeuta.
Com a crescente digitalização das atividades diárias, desde o estudo até o lazer, é fundamental que jovens, pais e educadores estejam atentos aos impactos do tempo excessivo em frente às telas. Pequenas mudanças na rotina podem fazer a diferença para garantir uma vida saudável e livre de dores no futuro.
Sedentarismo e sobrepeso agravam o problema
Além do impacto direto do uso excessivo de telas na postura e no desenvolvimento de dores musculares, estudos indicam que o sedentarismo e o sobrepeso são fatores que podem agravar ainda mais esse quadro. Segundo pesquisas recentes, adolescentes que passam mais tempo em frente às telas tendem a praticar menos atividades físicas, o que enfraquece a musculatura e aumenta a predisposição a problemas posturais.
A chamada Síndrome do “Text Neck”, causada pela inclinação excessiva da cabeça ao olhar para telas, é um dos problemas mais recorrentes entre jovens, e sua incidência é ainda maior em indivíduos com sobrepeso. “O excesso de peso pode sobrecarregar ainda mais as articulações e dificultar a recuperação de lesões musculoesqueléticas”, explica Luciano Pereira.
Para prevenir complicações, o especialista recomenda equilibrar o tempo de tela com exercícios físicos e hábitos saudáveis. “Atividades que fortalecem a musculatura, como pilates e alongamento, são fundamentais para evitar lesões. Além disso, manter uma rotina ativa ajuda a reduzir o impacto do tempo prolongado no celular e no computador”, finaliza.
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