Uma bancária de Salvador será indenizada em R$ 30 mil por ter sido demitida durante a gestação e ainda ter recebido apelidos enquanto trabalhava no local. A funcionária recebeu o nome de “Smurfette” pelo gerente-geral, que ainda fazia comentários de teor machista.
A Justiça reconhece que o Banco Bradesco S/A tem responsabilidade pela conduta discriminatória em relação às mulheres da agência. A empresa tentou recorrer, mas a sentença foi mantida. As informações são do Correio.
A vítima atuava como gerente de relacionamentos e relatou que era chamada com nomes impróprios e ouvia comentários sobre seu marido supostamente estar em um relacionamento extraconjugal. Uma testemunha confirmou que o chefe da agência deu um apelido à bancária e, em reuniões, fazia “brincadeiras” dizendo que aplicaria injeções de anticoncepcional nas mulheres da agência.
A mulher entrou com um processo pedindo o reconhecimento do período onde teria estabilidade pela gravidez, além de uma indenização por dano moral pelas ofensas sofridas.
O caso foi julgado pela 20ª Vara do Trabalho de Salvador. A juíza Alice Pires garantiu o direito à estabilidade, visto que a funcionária já estava grávida antes do fim do contrato. Sobre o dano moral, destacou os relatos de cobranças excessivas, constrangimentos e humilhações.
O desembargador Edilton Meireles disse que os comentários do gerente-geral “demonstram uma conduta discriminatória”. O voto foi seguido de forma unânime pelos desembargadores Marcos Gurgel e Luíza Lomba.
A reportagem procurou o Bradesco para saber se o banco tem interesse em se pronunciar sobre o caso e aguarda retorno. A unidade em que ocorreu o caso não foi revelada