A história de uma jornalista para lá de divertida, bem-sucedida, que enfrentou um câncer e ainda descobriu uma irmã em meio ao processo de recuperação, é mesmo digna de filme. Estamos falando de Marina Alves, de 35 anos, repórter da TV Verdes Mares (TVM), filial da Globo no Ceará, que estrelou a Tela Quente, da Rede Globo, na última segunda-feira (24), com o filme “Milagre do Destino”.
A obra, inspirada nessa história genuinamente brasileira, foi protagonizada pela atriz Dani Gondim, que viveu Marília Álvarez no cinema.
O desenvolvimento dessa grande história aconteceu após dois anos de tratamento, quando Marina retornou à redação do TVM. Ruy do Ceará, diretor superintendente, super emocionado com os colegas, sugeriu que essa era uma verdadeira “história de novela ou de filme”. Foi então que o diretor de Programação e Entretenimento da emissora, Fábio Ambrósio, começou a criar o roteiro em parceria com R.B. Diogo e com o supervisor Rafael Carvalho.
O filme foi dirigido por Alexandre Klemperer e produzido pela TV Verdes Mares.
Diagnosticada em agosto de 2021 com um linfoma linfoblástico de células T, um tipo de câncer grave que destrói as células de defesa do organismo, Marina iniciou a quimioterapia e, cerca de um mês depois, descobriu que precisava de um transplante de medula óssea.
A jornalista criou uma campanha pelo Brasil, convocando uma legião de “irmãos” espalhados para salvá-la. O pedido foi atendido.
Foi então que, aos 33 anos, ela descobriu Lumara Souza, irmã por parte de pai. Nas redes sociais ela escreveu: “Celebrando a vida de quem salvou a minha!”, postando uma foto com a nova irmã.
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O contato entre as duas já havia acontecido muito antes pelas redes sociais. A meia-irmã havia entrado em contato para falar sobre a semelhança entre as duas, muito antes de Marina descobrir o câncer.
Depois que Marina foi internada no hospital, o destino fez questão de colocar as duas juntas outra vez. Lumara, que era técnica de enfermagem na unidade, trabalhava no banco de sangue e foi reconhecida pelo olhar. Isso porque, na época, o mundo estava vivendo a pandemia da Covid-19, e todos estavam paramentados com máscaras e equipamentos de proteção, especialmente no hospital.
Mas nem isso impediu essa reaproximação. Foi na UTI que Marina reencontrou a irmã, sem saber ainda que era ela, mas já sentiu um alívio no momento de angústia, só por saber que tinha alguém querido por perto.
Essa aproximação fez com que Lumara se solidarizasse com a então amiga e realizasse o teste de doador. A certeza chegou aí, quando o exame deu compatibilidade de 50% para o processo de doação de medula óssea. Em abril de 2022, Marina recebeu a medula da meia-irmã.
Trajetória de Marina Alves
Formada pela Universidade de Fortaleza (Unifor), Marina trabalhou na redação da Verdes Mares, mas foi como produtora e repórter que ela se encontrou. Começou na emissora como estagiária e já se vão mais de 10 anos. Passou pelos programas “Bom Dia, Ceará”, “CETV 1ª Edição” e “CETV 2ª Edição”, além do “Nordeste Rural” na programação da TVM. Já na grade da Rede Globo, também fez participações no “Bom Dia, Brasil”, no “Jornal Hoje” e no “Fantástico”.
Hoje, Marina se recupera das sequelas do transplante em Fortaleza, ao lado da família. Ela é mãe de um jovem de 17 anos. Foi justamente aos 17 que engravidou. Gabriel nasceu quando ela tinha 18 anos.
Nas redes, com mais de 165 mil seguidores, ela compartilha sua trajetória no enfrentamento das sequelas da doença. Ela também atua no incentivo à doação de órgãos.
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