A morte do prefeito da cidade de João Dias, Marcelo Oliveira, 38, e seu pai, Sandi Alves de Oliveira, 58, foram encomendada pela vice-prefeita afastada, Damária Jacome (Republicanos), uma irmã dela, Leidiane Jácome e com ajuda de um pastor. Essas foram as informações divulgadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte após a apuração.
O duplo homicídio ocorreu em agosto, a 40 dias da votação (ele era candidato à reeleição). Os três foram alvos de mandados de prisão da operação “Operação Profanos”, deflagrada nesta sexta-feira (27). Porém, segundo o UOL, apenas o pastor, que não teve o nome revelado, foi preso.
Damária e a irmã dela, que foi eleita vereadora, tiveram a prisão decretada, mas são foragidas. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão e seis de busca e apreensão nas cidades de João Dias, Patu e Marcelino Vieira, todos no Rio Grande do Norte.
O delegado Alex Wagner informou que a rixa entre o prefeito e a vice começou logo após a posse, em 2021. Por causa das ameaças que recebia, ele renunciou ao cargo em julho de 2021, ainda no seu primeiro ano de gestão.
Um ano e um mês depois, ele recuperou a chefia do Executivo municipal graças a uma decisão judicial. Para isso, alegou que foi ameaçado e forçado pela vice-prefeita e familiares a deixar o cargo. Damária foi afastada do cargo desde então.
Em 2022, Marcelo chegou a ser alvo de tentativa de assassinato, também junto com o seu pai e um irmão, mas escapou. “Isso gerou já uma beligerância, uma cisão política e também pessoal”, diz o delegado.
Pouco depois da volta de Marcelo, os irmãos da Dámaria e Leidiane foram mortos em confronto com a polícia. “A gente tinha um mandado de prisão por tráfico de drogas internacional expedido contra eles”, conta.
Segundo delegado, a família Jácome começou a imputar a Marcelo as ações policiais. “Ele estaria entregando todas as localizações dessas pessoas. Recentemente, a gente vê uma nova disputa política entre eles, agora com Damária candidata a prefeita”, diz.
A suspeita foi candidata em 2024, mas acabou derrotada pela viúva do prefeito, Fatinha de Marcelo (União Brasil). Ela foi eleita com 66,84% dos votos válidos, enquanto Damária teve 20,81%.
Sobre o pastor, o delegado afirma que ele ajudou na logística do crime, ao informar o local onde Marcelo estava. “Ele que encontrou o melhor local para cometer o crime, além do momento mais adequado”, afirma.
Inicialmente, diz, cogitou-se cometer o assassinato de Marcelo durante um culto, mas a ideia foi abortada. “Eles acabaram encontrando um melhor momento, quando eles estavam fazendo uma campanha política, visitando a casa dos moradores”, explica.
O prefeito era candidato à reeleição e foi morto junto com seu pai após uma visita de campanha na zona rural no dia 27 de agosto. O político, que deixa a mulher e dois filhos, chegou a ser socorrido, mas teve sua morte constatada no hospital da cidade de Catolé do Rocha (PB).