
A 11ª Caminhada do Perdão segue reunindo milhares de fiéis pelas ruas de Feira de Santana em um percurso de oração, reflexão e reconciliação espiritual. Entre os grupos que marcam presença neste domingo (16), a Pastoral dos Surdos se destaca por levar acessibilidade e inclusão ao evento, permitindo que fiéis surdos vivam a experiência da Quaresma com devoção.

Para Roberta Cantuária, coordenadora, Tradutora Intérprete de Línguas de Sinais e Língua Portuguesa Católica (TILSPC), a participação da pastoral na caminhada é um marco para a comunidade.

“Esse movimento de caminhada de perdão possibilita aos surdos a acessibilidade nesse momento em que os ouvintes já vêm partilhando desse evento grandioso da Igreja Católica por muitos anos. Os surdos, por um tempo, ficaram à margem justamente por falta de acessibilidade. Então, esse momento é um marco muito importante para nós, porque os surdos estão conseguindo falar do perdão e viver a quaresma de uma forma acessível”, disse em entrevista ao Acorda Cidade.

Com o apoio da intérprete, Libine Ribeiro, coordenador da Pastoral do Surdo Bahia-Sergipe, da Regional lll, também expressou ao Acorda Cidade, a importância da tradução em Libras para que todos possam vivenciar a caminhada com o mesmo sentimento de entrega e renovação espiritual.

“É um momento muito especial esse, de a gente estar aqui na Igreja dos Capuchinhos, vivendo essa reconciliação com Deus, essa caminhada do perdão para a renovação dos nossos pecados. Ter esse momento acessível é um marco para nós todos. Antes, a gente vinha para a missa, via o padre falando e não tinha tradução. Então esse é um momento muito importante, onde todos estão aqui nesse mesmo pensamento de reconciliação com Deus e para a gente é fundamental”.

A caminhada, que este ano traz como tema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), reafirma-se não apenas como um evento de fé, mas também de unidade e acolhimento entre os irmãos, cristãos católicos, garantindo que todos possam participar e experimentar a força da misericórdia divina sem barreiras.

O evento, reconhecido como patrimônio imaterial de Feira de Santana, segue como um dos mais importantes momentos de expressão católica da cidade, reunindo a comunidade em um verdadeiro testemunho de fé.
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