Normalização dos pagamentos digitais: Brasil adota as novidades do mercado

Pagamento, pagamento digitais, consumo, compra pela internet ou compras online
Foto: Kaboompics.com: Pexels

Nos últimos anos, o Brasil teve uma rápida adoção de soluções de pagamento digital, indo além dos métodos tradicionais e abraçando inovações que vão do Pix ao uso de criptomoedas. De acordo com dados do Banco Central, o sistema Pix, lançado em novembro de 2020, alcançou mais de 140 milhões de usuários cadastrados até 2023.

O sucesso do Pix já deu sinais claros de que o consumidor brasileiro tem afinidade com soluções de pagamento ágeis e livres de burocracias. Em seu primeiro ano, o Pix movimentou cerca de R$ 3,89 trilhões, segundo levantamento do BACEN, número que continua crescendo.

Até setembro de 2023, a estimativa era de que mais de 80% da população adulta tivesse realizado ao menos uma transação via Pix. Além disso, há um forte indicativo de que esse tipo de pagamento digital segue em expansão, pois cada vez mais estabelecimentos físicos adotam QR codes e aplicativos para facilitar transações, estimulando consumidores a conhecerem diferentes modalidades de transferência instantânea.

O mercado BR além do PIX

Essas soluções digitais não se restringem apenas ao Pix. Hoje, é comum vermos empresas oferecerem carteiras digitais próprias, como é o caso de fintechs brasileiras de grande porte, que já contam com milhões de usuários cadastrados.

Conforme dados divulgados pela Federação Brasileira de Bancos, 67% das transações bancárias no Brasil já são feitas via aplicativos de celular ou internet banking, reforçando a consolidação do conceito de “banco na palma da mão”. Na prática, o brasileiro busca conveniência, rapidez e segurança.

Isso estimula a criação de novos meios de pagamento que sejam cada vez mais ágeis e, se possível, tenham custos reduzidos ou inexistentes para o usuário final. Um exemplo claro disso são as criptomoedas, uma das principais portas de entrada para novos investidores no país e que também está abrindo caminho como método de pagamento.

Novos projetos cripto são vistos com otimismo pelos brasileiros que veem em pré-vendas com potencial de 100x um possível retorno que não se vê em outros tipos de investimentos. No entanto, esse mercado também oferece outros tipos de ativos, como as stablecoins, amplamente adotadas pelos brasileiros para pagamentos.

As mudanças regulatórias reforçaram a atratividade dos ativos digitais. Segundo estimativas do Mercado Bitcoin, uma das maiores corretoras de criptomoedas do país, o volume de negociações saltou de cerca de R$ 6 bilhões em 2019 para mais de R$ 40 bilhões em 2021. Mesmo com oscilações naturais do mercado, há um aumento do interesse.

Principalmente em tokens que prometem funcionalidades ligadas a setores como finanças descentralizadas (DeFi), metaverso, inteligência artificial e soluções de rastreabilidade em blockchain. A penetração da internet e do uso de smartphones tem um grande papel nisso, já que abre caminhos para novas tecnologias.

Números que afetam o crescimento do setor

De acordo com o relatório TIC Domicílios 2022, realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, cerca de 81% da população brasileira acima de 10 anos já está conectada à internet, sendo que o dispositivo mais usado para acessar a rede é o celular. Isso revela uma oportunidade para startups e grandes companhias que investem em soluções de pagamentos móveis.

Por meio de aplicativos, o consumidor brasileiro consegue fazer tudo, desde pagar contas de água e luz até investir em criptomoedas, sem a necessidade de se deslocar a uma agência bancária ou usar um computador tradicional. E a digitalização também impacta no comércio eletrônico brasileiro.

Estimativas da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico mostram que as vendas online no país saltaram de R$ 87 bilhões em 2020 para mais de R$ 160 bilhões em 2022, impulsionadas, em parte, pelas facilidades de pagamento via Pix, boletos digitais e, mais recentemente, opções que incluem criptomoedas.

Em cidades como São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, já existem estabelecimentos comerciais que aceitam Bitcoin, Ethereum e outros criptoativos no lugar de dinheiro vivo ou cartão de crédito. Em alguns casos, o uso de plataformas que convertem criptomoedas em saldos digitais permite que o cliente pague com criptomoedas, enquanto o comerciante recebe em reais.

A tecnologia de pagamentos digitais, seja via Pix ou moedas digitais, acaba se consolidando em diversas frentes. Por exemplo, o próprio Banco Central desenvolve o Real Digital, uma CBDC (Central Bank Digital Currency) com o objetivo de modernizar ainda mais o sistema financeiro nacional.

Estima-se que a fase piloto do Real Digital permita a integração de serviços de pagamento em blockchain, incluindo contratos inteligentes, garantindo maior transparência e reduzindo custos operacionais das instituições financeiras. Não se trata de uma substituição imediata ao real físico, mas sim de uma extensão segura e funcional para uso em transações.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e YouTube e do grupo no Telegram.

Back To Top