“Não foi discurso de eleição”, diz governador sobre apoio à Prefeitura de Feira de Santana para implementar hospital municipal

Hospital Cidade Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A construção do Hospital Municipal de Feira de Santana segue a passos lentos, mas o governador Jerônimo Rodrigues (PT) garantiu que pretende discutir o tema diretamente com o prefeito José Ronaldo de Carvalho (União Brasil). A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (10), em Conceição do Jacuípe, onde o governador realizou entrevista com mais de 100 emissoras do estado. O evento abriu o ano letivo da rede estadual de educação, assim como inaugurou o Colégio Estadual de Tempo Integral Conceição do Jacuípe.

O radialista Dilton Coutinho, que comanda o Portal Acorda Cidade e o Programa Acorda Cidade, da Rádio Sociedade News 102.1 FM, participou da entrevista ao lado do governador, da secretária de Educação, Rowenna Brito, entre outros profissionais de imprensa. Na oportunidade, ele questionou Jerônimo sobre o apoio do governo para a construção do Hospital Municipal de Feira de Santana.

De acordo com o governador, o primeiro contato com o prefeito havia sido na inauguração do Novo Centro de Convenções de Feira de Santana, quando parabenizou José Ronaldo pela vitória. A última tratativa entre os gestores foi durante a entrega de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Salvador, quando a Princesa do Sertão foi beneficiada com duas viaturas.

Entrega de Ambulâncias
Foto: Divulgação

“Eu venho trocando diálogos com ele, no sentido de dizer assim, olha, ele precisa de servidores do Estado para poder colocar, por exemplo, num secretariado. Me ligou pedindo, não me diz sacrifício no dia seguinte, como combinamos. Perdemos as eleições, o que vamos fazer? Vamos construir para frente, mas agora, o município de Feira precisa dessa mão estendida do Estado. E sobre o Hospital Municipal, eu vou conversar com ele, eu marquei uma reunião com ele, estamos sem data ainda. Ele me mandou na quarta-feira, ou foi na quinta, não é segredo, é público, através de uma portaria, um decreto dele, fazendo a concessão do serviço da Embasa, para que a gente possa fazer um projeto maior. Então, vou ter que sentar sobre a Embasa, vou ter que sentar sobre a educação, vou ter que sentar sobre a saúde”.

Segundo Jerônimo, o governo do estado deve continuar dialogando com os prefeitos da Bahia, como tem feito desde o início do ano, quando recebeu mais de 60 prefeitos em seu gabinete.

“Eu já recebi agora, nesse período de um mês e pouco, não tenho nem um mês e meio ainda, já recebi 60 prefeitos e prefeitas no meu gabinete. Eu criei um critério. O primeiro critério foram municípios que passaram por situação de excesso de chuva ou de seca, então coisas emergenciais. Eu também chamei ao meu gabinete prefeitos e prefeitas que tiveram dificuldades na transição”.

Durante a entrevista, Jerônimo ressaltou o investimento de R$ 2,1 bilhões na área da saúde, incluindo a construção de unidades básicas e a ampliação de hospitais. Ele também reafirmou a necessidade de um hospital municipal mais robusto para Feira de Santana.

Jerônimo Rodrigues
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“E no caso da saúde, agora, na semana passada, eu anunciei dois bilhões e cem para a área da saúde. Uma parte desse dinheiro é para a gente construir unidade básica de saúde, é para a gente, nos municípios, fornecer um dinheiro para que os prefeitos possam construir maternidade, mas não é só para obra. Um bi e meio é para obra e equipamento, meio bi é para a gente fazer custeio, ajudar, cofinanciar os municípios. E, nesse caso, a maternidade, o Hospital da Mulher de Feira de Santana vai poder receber R$ 12 milhões, por exemplo, um milhão por mês, para a gente ajudar para que a maternidade funcione. Eu fazia a minha crítica ao tamanho do Hospital Municipal de Feira. Eu continuo e quero dialogar. Ô prefeito, vamos fazer um hospital de maior porte”.

O governador apontou que a unidade será essencial para aliviar a demanda de atendimento do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), que está em processo de ampliação.

“Aquela parte antiga está sendo reformada. Eu fui lá dar ordem de serviço, construção de mais 11 a 15 UTIs. Então, não adianta eu ficar criando hospitais grandes, de grande porte. Eu dei agora a ordem de licitação do Hospital Costa do Dendê, em Valença. Vou vir essa semana ou na outra, em Serrinha, para dar a ordem de serviço do Hospital Maternidade do Sisal, em Serrinha. Tem o de Amargosa. Então, eu estou fazendo o meu papel de grandes hospitais e de pequeno porte. Agora, não adianta, se a prefeita, se o prefeito não fizer o dever de casa no sentido da atenção básica, os hospitais vão ficar sempre superlotados de pessoas que ainda dão atenção básica”, respondeu em entrevista ao Acorda Cidade.

Segundo Jerônimo, a reunião entre ele e o prefeito de Feira deve ocorrer nas próximas semanas, e a expectativa é que o diálogo traga avanços para as obras do hospital municipal.

“O Hospital Municipal de Feira de Santana vai nos ajudar a descarregar o Clériston Andrade, as UPAs, as UBSs. Eu tenho que cuidar. E vou botar recursos, porque o povo de Feira merece. Vou pedir ajuda, inclusive, a Zé Neto para colocar emenda no estado e no município. Ele vai ter que entender que essa demanda, e eu sei que ele faz, é para a gente poder cuidar do povo. Não foi discurso de eleição. Na semana que vem, eu devo tomar um café com ele lá no meu gabinete, lá em Ondina, para a gente poder tratar das coisas de interesse de Feira de Santana”.

Hospital Cidade Feira de Santana
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Sobre o tema da regulação, Jerônimo disse que tem enfrentado a questão dia a dia em parceria com os prefeitos. Ele voltou a destacar a importância de implementar hospitais municipais de grande porte, para desafogar unidades de alta complexidade com pacientes com problemas relacionados à saúde básica. Para ele, essa seria a solução da chamada “fila da morte”.

“Por que é que a fila é grande? As pessoas querem o tratamento, querem o hospital e, quando não encontram uma UBS funcionando, uma UPA funcionando ou não têm um hospital municipal que faça o dever de casa, vão bater na porta do Clériston Andrade ou do HGE, em Salvador, e eu quero evitar isso, só ir para o hospital de alta complexidade quando o caso exigir. Assim, eu consigo resolver a regulação. Enquanto isso não acontecer, sempre cairá nas costas do governador. Não estou fugindo, mas preciso dizer ao prefeito: me ajuda que eu te ajudo”.

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