O Programa Mulheres no Volante, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) em novembro de 2022, tem transformado a vida das mulheres em Salvador ao oferecer formação gratuita para que sejam motoristas. A iniciativa já reuniu 114 profissionais e segue capacitando novos participantes para atuarem no setor de transporte urbano da cidade.
A proposta do programa vai além de apenas garantir a habilitação das alunas. Ele oferece cursos profissionalizantes e apoio para inserção no mercado de trabalho, permitindo que os beneficiários conquistem autonomia financeira. Segundo a secretária Fernanda Lordêlo, a iniciativa começou com um olhar voltado para mulheres em situação de vulnerabilidade, mas se expandiu para promover equidade de gênero no sistema de mobilidade da cidade.
“Para além de atuarmos com mulheres que sofrem violência doméstica, queremos garantir mais espaço para as mulheres no setor de transporte e mobilidade de Salvador”, destacou a segurança.
A trajetória de Adriana Jesus Ferreira, de 40 anos, é um exemplo de impacto do programa. Depois de trabalhar por oito anos como cobradora, ela finalmente realizou o sonho de se tornar motorista profissional. “Sempre quis ser motorista, mas adiei esse sonho para cuidar da minha filha. Quando surgiu a oportunidade, agarrei com tudo. Hoje, sou reconhecida como profissional e até incentivo outras mulheres a participarem”, contou Adriana.
Marília Mota, de 41 anos, também viu sua vida mudar após ingressar no programa. Antes, aprendi como técnica em saúde bucal e não imaginava atuar no setor de transporte. “O programa apareceu num momento difícil da minha vida. Eu não acreditei muito, mas resolvi tentar. O processo foi rápido e logo veio uma oportunidade de emprego. Hoje, tenho mais qualidade de vida e incentivo outras mulheres a seguirem esse caminho”, disse Marília.
Até o final de 2024, 300 mulheres já haviam participado do programa de capacitação Mulheres no Volante. Neste início de 2025, mais sete mulheres ingressaram na formação. Além de oferecer a primeira habilitação ou mudança de categoria, a iniciativa fortalece a presença feminina no setor de transporte, um ambiente historicamente dominado pelos homens.