Moradores do bairro Jussara, em Feira de Santana, bloquearam as duas pistas da Avenida Eduardo Fróes da Mota, no final da manhã desta quarta-feira (26), após a morte de um jovem durante ação policial na última segunda-feira (24).
Os familiares do jovem acusam a Polícia Militar do abuso da força policial durante a ação na localidade.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o comandante da 65ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), major Jorge Freitas, informou que na ação da segunda, os policiais foram recebidos a tiros no bairro Jussara.
“Sobre essa situação vivida atualmente no Jussara, primeiro, para que a população entenda o caso, gostaria de iniciar dizendo que é comum os bandidos daquele bairro, ligados a uma organização criminosa, inclusive, recepcionarem as guarnições da Polícia Militar, efetuando disparos de arma de fogo ao tempo que se escondem no matagal. Diversas ações da própria 65ª ocorrem lá e eles têm sempre esse modus operandi. No dia 24, ou seja, anteontem, uma guarnição do Asa Branca, mais especificamente do Garra, estava realizando o patrulhamento no bairro quando se deparou com esses indivíduos. Houve um embate, porque eles efetuaram disparos de arma de fogo contra os policiais militares. No revide, um deles que inclusive conhecido da polícia, como um dos líderes do tráfico de drogas no local e com um vasto histórico criminal, foi alvejado e devidamente socorrido pelas guarnições”, explicou.
Ainda segundo o comandante, o policiamento será reforçado na comunidade.
“Nós vamos manter o policiamento reforçado no bairro do Jussara o tempo que for necessário para garantir que a ordem pública permaneça e que os bandidos se sintam incomodados com a Polícia Militar. A gente não vai retirar o nosso efetivo enquanto nós julgarmos necessário naquele bairro. Então a população de bem do Jussara pode ficar tranquila de que a Polícia Militar vai garantir a segurança e a ordem do bairro”, afirmou.
Na manifestação realizada nesta quarta-feira, foi necessário o apoio de guarnições da Rondesp Leste. Segundo o comandante, major Denis Anderson, a interrupção do trânsito durou cerca de 1h30.
“Hoje, dois dias depois da ocorrência registrada na segunda-feira, a gente se depara com outra manifestação por parte dos moradores, que foi resolvida da mesma forma, com a presença policial e o uso de recursos de menor potencial ofensivo. Na segunda nossas viaturas foram atingidas por pedras, foi necessário o uso dos escudos antibalístico e, no dia de hoje, pelo que calculei, o trânsito ficou interrompido por cerca de 1h30, justamente na hora do rush, hora de pico, de movimentação. Quem é de Feira, entende a real importância desse anel viário para a circulação e funcionamento dos mecanismos da cidade. Foi necessário que houvesse uma intervenção militar mais contundente para que se debelasse os ânimos, mas sem nenhum ferimento contra ninguém da população”, concluiu.
Após intervenção, o trânsito foi liberado nos dois sentidos.
Com informações dos repórteres Ed Santos e Ney Silva do Acorda Cidade
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