
Uma moradora de Feira de Santana está reclamando da falta de acompanhantes escolares, profissionais que dão Apoio Terapêutico (A.T.) a crianças com necessidades especiais, na Escola Municipal Adelice Cavalcante. Adriana Carla Ferreira é mãe de José Lucas, garoto de 11 anos que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA), que está sem assistir aulas por falta dos profissionais.
“Toda criança especial tem direito a esse apoio em sala de aula. E ele não está indo estudar porque a Secretaria de Educação ainda não providenciou esse apoio, nem para meu filho nem para nenhuma outra criança. Isso não é justo, o certo seria que, quando iniciasse o ano letivo, os acompanhantes já estivessem na sala. Já estamos em março e meu filho continua em casa“.
Trabalho em conjunto
Adriana contou, em entrevista ao Acorda Cidade, que o filho está no grau 2 do TEA e é não verbal, ou seja, é uma criança que não utiliza a fala para se comunicar. A mãe, que é natural de Recife, em Pernambuco, contou que a ausência na sala de aula está trazendo efeitos negativos para o desenvolvimento de José Lucas.
“Isso está prejudicando o desenvolvimento dele até nas terapias, porque elas funcionam em conjunto. É um trabalho entre família, escola e terapia. Inclusive, a clínica onde ele faz tratamento está me cobrando a presença dele na escola, porque disseram que isso está afetando o desenvolvimento dele. Eu matriculei meu filho em outubro do ano passado”, disse.

Falta de apoio
Adriana contou que liga quase toda semana para a escola procurando saber se os profissionais de apoio técnico já estão na unidade. A mãe explicou que já foi encorajada a mandar a criança mesmo sem a presença dos acompanhantes, mas ela tem medo.
“Ele é uma criança não verbal. Por isso, eu tenho medo, porque ele até pode ir para a escola, mas não vai ter quem tome conta dele. Eu tenho medo que aconteça alguma coisa e ele não consiga me relatar. Indo sem acompanhantes, não vai adiantar de nada, porque José precisa realmente de um apoio em sala de aula para que eu me sinta mais segura”, concluiu a mãe.
O que diz a Secretaria de Educação ?
Na manhã da última terça-feira (18), o vice-prefeito de Feira de Santana, Pablo Roberto (PSDB), que também acumula o cargo de secretário municipal de Educação, concedeu uma entrevista ao Programa Acorda Cidade.
Entre os muitos assuntos abordados, o secretário foi questionado sobre o problema da falta de profissionais de apoio a crianças especiais, situação que afeta Adriana Carla Ferreira e diversas outras mães.

Pablo Roberto explicou que o tema é uma pauta que tem chamado a atenção dos gestores do município e justificou a situação como um problema matemático. Segundo o secretário, Feira de Santana conta com apenas 200 profissionais para atender cerca de 4 mil alunos com necessidades especiais, quando o número ideal seria em torno de mil acompanhantes.
“Nós tratamos essa situação com o prefeito. Ele autorizou a contratação de 500 profissionais para auxiliar nas salas. Nós já começamos a montar essa licitação. Acredito que, nos próximos 40 dias, consigamos contratar uma empresa e que esses profissionais possam já estar sendo encaminhados para as salas que têm crianças atípicas e que precisam de algum tipo de acompanhamento”, concluiu o secretário.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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Reportagem escrita pelo estudante de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão do jornalista Gabriel Gonçalves
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