Ligou e desligou? Descubra como se proteger das chamadas fantasmas

Ligações
Foto: Freepik

Você atende o telefone e, do outro lado, apenas o silêncio. Nenhuma voz, nenhuma resposta, apenas aquele instante estranho em que parece que alguém está te ouvindo sem dizer nada. Segundos depois, a ligação cai. Se essa cena lhe parece familiar, você não está sozinho. Essas chamadas misteriosas são apenas a ponta do iceberg de um problema que afeta milhões de brasileiros todos os dias: as robocalls e o telemarketing abusivo.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem adotado diversas medidas para reduzir as ligações indesejadas que inundam os celulares dos brasileiros. Segundo a superintendente de Relação com Consumidores da Anatel, Cristiana Camarate, essas ligações, muitas vezes, são ofertas de produtos ou serviços, cobranças, pedidos de doação e até tentativas de fraude.

“Uma grande atenção que o consumidor deve ter é para o fato de que essas ligações às vezes também podem ser fraudulentas para enganar o consumidor”, alertou Cristiana.

Para combater esse problema, a Anatel criou iniciativas como o site Não Me Perturbe, onde consumidores podem se cadastrar para bloquear chamadas indesejadas de empresas de telecomunicações e do setor financeiro.

Outra ferramenta, Qual Empresa Me Ligou?, permite identificar a origem das chamadas desconhecidas e tomar providências contra as empresas abusivas.

Anatel _ Foto André Luis Pires de Carvalho
Foto: André Luis Pires de Carvalho

Ligou e desligou

Cerca de 20 bilhões de chamadas circulam mensalmente pelas redes de telecomunicações, e 50% delas são consideradas inoportunas ou improdutivas. Essas são as ligações que caem logo após serem atendidas e apresentam indícios de fraude.

“Se uma empresa ligar mais de 100 mil vezes por dia com chamadas de até seis segundos, determinamos o bloqueio desse número para impedir novas chamadas”, explicou a superintendente. Graças a essa medida, a Anatel já bloqueou mais de mil usuários e aplicou multas que podem chegar a R$ 50 milhões, dependendo da infração.

Desde junho de 2022, a Anatel reduziu cerca de 190 bilhões de ligações indesejadas, o que representa, em média, 910 chamadas a menos por celular.

Outra estratégia de golpistas: a prova de vida

Uma das técnicas utilizadas para alimentar bases de dados de telemarketing é o que a Anatel chama de “prova de vida”. Nessa prática, robôs disparam milhares de chamadas simultaneamente. Quando o consumidor atende, o sistema registra que aquele número está ativo e marca os horários de resposta. Essas informações são usadas para otimizar novas ligações.

“Há também situações em que o primeiro consumidor a atender é direcionado a um atendente humano, enquanto as demais chamadas caem. Isso é um indício de ligações automatizadas em massa”, explica Cristiana.

Os esquemas fraudulentos também têm migrado do telemarketing tradicional para golpes financeiros. “É muito importante que o consumidor esteja atento e não forneça seus dados pessoais por telefone sem ter certeza da origem da chamada”, alerta. Em casos de dúvida, a orientação é verificar com o banco por outros canais antes de fornecer qualquer informação.

Origem Verificada: nova ferramenta da Anatel

Para garantir mais segurança, a Anatel está desenvolvendo a ferramenta Origem Verificada, prevista para ser lançada ainda neste semestre. Essa tecnologia será gratuita e não exigirá o download de aplicativos.

“Se o telefone do consumidor for compatível com 4G ou 5G, ele passará a receber chamadas identificadas com a logo da empresa, o nome e o motivo da ligação, além de um selo de verificação que confirma a autenticidade da chamada”, detalhou Cristiana.

Essa medida permitirá ao consumidor escolher se deseja atender a chamada com mais segurança. A Anatel também incentiva que os consumidores cobrem as empresas das quais são clientes para aderirem ao sistema de verificação.

Denúncias e penalizações

Caso o consumidor seja vítima de um golpe, a Anatel recomenda registrar um boletim de ocorrência na Polícia Federal e fazer uma reclamação junto à Agência.

“A Anatel e outros órgãos do governo estão sempre à disposição para auxiliar. Seguimos firmes no combate a essas práticas. Não há solução mágica, mas um conjunto de medidas para mitigar esse problema que é global”, concluiu a superintendente.

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