Neste sábado, 26 de outubro, a agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do bairro Queimadinha, em Feira de Santana, está promovendo um mutirão de perícias, com previsão de atendimento para mais de 160 pessoas. O objetivo da ação é reduzir o tempo de espera da perícia médica e facilitar o acesso aos benefícios.
Logo nas primeiras horas da manhã, um grande números de pessoas já estavam presentes.
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Em entrevista ao Acorda Cidade, o gerente da agência, Erivaldo Brasileiro, explicou que o mutirão visa reduzir o tempo de espera, com agendamentos realizados pelo sistema online ou na própria agência, oferecendo também suporte do Serviço Social para casos que necessitam.
“As marcações são feitas sempre pelo sistema de agendamento. O pessoal abre o sistema de agendamento para o fim de semana, as pessoas vão agendando, e aí também tem a possibilidade daquelas pessoas que já estão com o agendamento feito, por exemplo, para daqui a dois, três meses reagendarem, que aí o sistema permite que a pessoa venha mais cedo”, explicou.
O agendamento pode ser realizado de forma online pelo aplicativo do INSS, pelo número 135, ou a pessoa interessada pode se dirigir até a agência mais próxima.
Erivaldo destacou que muitas pessoas vêm de outros municípios, pois, em suas cidades, não há agências do INSS, e, em algumas que possuem a instituição, a capacidade de atendimento é limitada. “Então, essas pessoas acabam se deslocando para cidades maiores, como Feira de Santana e Salvador.”
O gerente da agência também explicou como acontecem os procedimentos após a perícia médica para a concessão do benefício. Segundo ele, em alguns casos, o sistema libera o benefício de imediato, pois detecta que não existem mais pendências a serem resolvidas.
“Em outros casos, existem pendências documentais, por exemplo, por causa de divergência de dados cadastrais, mas, nesse caso, o sistema não libera o benefício de imediato, ficando dependente da apresentação de documentos e ajustes de dados cadastrais. Pode ser que exista ainda mais algum procedimento, mais alguma etapa para ser resolvida.”
As perícias que estão sendo realizadas hoje são destinadas ao benefício assistencial à pessoa com deficiência, à perícia médica do auxílio-doença, para aquelas pessoas que são contribuintes do INSS, seja com carteira assinada ou como contribuintes individuais.
A reportagem do Acorda Cidade encontrou Ednéia Santos Silva, moradora de Entre Rios, aguardando o atendimento, serviço que ela espera há mais de um ano.
“Vim resolver auxílio-doença. Há mais de um ano aguardando agendar. Meu advogado conseguiu agendar para este sábado,” contou.
Aline Ferreira dos Santos chegou por volta das 7h20. Ela também estava aguardando a perícia há algum tempo. Para ela, tanto os serviços de agendamento quanto a realização da perícia são bastante demorados.
“Já tem quatro meses que eu estou nessa espera, da perícia auxílio-doença temporária por incapacidade (invalidez). Já tentei outras vezes, há dois anos, quando eu engravidei. A gravidez foi de risco, e foi a mesma situação, a mesma espera de quatro a cinco meses. Eu tenho condição de trabalhar; voltei ao trabalho, porém, o tempo que eu me afastei, que a empresa me afastou, jogou para o INSS. Aí eu retornei ao trabalho em setembro, mas os quatro meses que fiquei sem receber, vim fazer a perícia agora para poder ressarcir esse valor”, explicou.
Para Maria Gerusa de Jesus Sousa Costa, a espera tem sido ainda mais longa. Há mais de quatro anos que ela aguarda o atendimento.
“Tenho mais de quatro anos na luta.” Ela explica que sofre de fibromialgia e artrose após décadas trabalhando como empregada doméstica, mesmo assim, continuam negando o benefício.
“De tanto trabalhar, já tenho mais de 30 anos trabalhando; meus ossos estragaram. Fiz 12 ressonâncias, não tenho uma parte do meu corpo que não esteja lesionada. Tenho muitas dores, então não tenho como trabalhar. Agora mesmo o médico passou para mim um cálcio de R$200. Eu não tenho condições de comprar. Não estou trabalhando; como é que eu vou comprar?”, frisou.
Sofrendo há anos com a espera, após a perícia de hoje, ela espera que a situação seja resolvida e o benefício seja liberado.
“Estou confiante que Deus toque no coração deles e que venha dar a vitória ao pessoal, pois tem muita gente sofrendo na fila de espera. Quatro anos que estou na luta e nunca consegui a aposentadoria, porque não consigo mesmo. Eu caio muito, tenho que tomar remédios caros, tomo o cálcio. Não estou na depressão só porque peço a Deus, mas não está sendo fácil. Sinto muita dor no corpo”, declarou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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