Em uma rápida consulta ao dicionário, é possível constatar que a palavra “tradição” deriva de um termo em latim que significa “passar adiante”. No dia a dia, normalmente utilizamos a palavra para caracterizar um hábito ou costume que resiste com o passar do tempo. E quem passa diariamente pelo centro de Feira de Santana sabe bem o que essa palavra representa.
Está lá, em frente ao local onde funcionou o Cinema Íris, na Avenida Senhor dos Passos, um idoso e sua inseparável barraca. Há quase seis décadas, o aposentado Walter Perdiz Justus, de 76 anos, trabalha de domingo a domingo no local.
Se você já passou pelo endereço, com certeza notou a presença da barraquinha amarela. Walter contou ao Acorda Cidade que trabalha ali há exatos 54 anos. Ele foi operador cinematográfico do cinema.
De forma bem-humorada, entre um atendimento e outro, o idoso contou que a barraquinha ajuda muito no orçamento pessoal. O faturamento com as vendas de cigarros avulsos, garrafas de água mineral, balas e doces complementa a aposentadoria.
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Perdiz lembrou o tempo em que trabalhava no cinema e que os filmes de cowboy e aventura eram os responsáveis por esgotar a bilheteria. Puxando pela memória a autoridade do lanterninha —, profissional que orientava os visitantes das sessões — ele afirmou que eram bons tempos.
E assim, resistindo ao tempo, com uma fala serena e muito bom humor, Walter Perdiz e sua barraca vão dando um sentido mais concreto ao que é tradição no centro de feira de Santana.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão da jornalista Andrea Trindade
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