Funcionários de policlínica enfrentam três meses de salários atrasados e contam com doações para sobreviver

Funcionários da Policlínica do Parque Ipê
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Trabalhadores da Policlínica do Parque Ipê, em Feira de Santana, estão vivendo em situação crítica devido aos atrasos nos pagamentos. Os funcionários que atuam na portaria, recepção, higienização, maqueiros, técnicos, enfermeiros, todos esses profissionais, estão há três meses sem receber salários e dependendo de doações para garantir o sustento. Os atrasos salariais, que atingem todos os setores da unidade, têm gerado dificuldades financeiras para os profissionais, que seguem atendendo normalmente à população.

Na manhã desta quinta-feira (6), a reportagem do Acorda Cidade esteve na unidade para acompanhar as denúncias. Daniela de Oliveira, funcionária há cinco anos, relatou que os salários estão atrasados desde novembro de 2024.

“Nós estamos há cerca de três meses sem receber o salário. Referente a novembro, dezembro. Janeiro ainda está dentro do prazo que o novo prefeito deu até o quinto dia útil, para ser pago. No entanto, o secretário deixou bem claro nas entrevistas que é de responsabilidade da empresa, no caso a nossa empresa IGI, a pagar os valores que estão pendentes”.

Funcionários da Policlínica do Parque Ipê
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No último dia 22 de janeiro, o atual prefeito, José Ronaldo de Carvalho, disse ao Acorda Cidade, que a prestação de contas do município referente ao ano anterior ainda não havia saído e que, débitos de outras gestões seriam pagos gradualmente.

Segundo a funcionária, em todos os momentos em que os débitos foram questionados à empresa IGI, a empresa alegou estar sem fundos para quitar. “No momento, estamos aqui esperando a providência da empresa e com isso, as contas, cartão, luz, água, alimentação que são essenciais, precisam ser quitadas. E muitas pessoas até passando necessidade mesmo. Está sendo feita até vaquinha para que sejam arrecadados alimentos para algumas pessoas”.

O impasse financeiro tem levado muitos trabalhadores a recorrerem à solidariedade dos próprios colegas e da comunidade. Circula entre eles um card para arrecadação de alimentos. “Foi feito esse card de ajuda solidária para as pessoas que estão em situações críticas, para que recebam pelo menos o alimento, para que não fiquem numa situação tão terrível, trabalhadores que estão trabalhando, mas não estão recebendo o seu salário”.

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Foto: Divulgação

Mesmo diante das adversidades, o atendimento na Policlínica segue funcionando. “O atendimento é normal, a gente está atendendo toda a população, urgência e emergência, da mesma forma que a gente atende com o salário, estamos atendendo mesmo sem receber”, pontua a funcionária.

O agente de portaria Álvaro Magalhães Costa também falou ao Acorda Cidade sobre as dificuldades que vem enfrentando. Há quatro anos trabalhando com a empresa, ele está sem receber há três meses.

“A gente já tem três meses de salário atrasado, desde novembro sem salário. Todo dia que a gente cobra, é a mesma resposta: que estão aguardando, que está sem repasse, que a direção não tem informação. E a gente está aqui ao léu. Tem muita gente que mora de aluguel, tem filho pequeno para criar, é início de ano letivo agora, tem material das crianças para comprar e a empresa nada com a gente”, desabafa.

Funcionários da Policlínica do Parque Ipê
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo o agente, além dos salários, os tickets de alimentação também estão atrasados, inclusive, todas as unidades atendidas pela empresa estão com algum pagamento atrasado.

“A unidade toda está sem receber. Tanto aqui na IGI, tanto a Policlínica do George Américo, tanto a UPA da Mangabeira e, se eu não me engano, a Policlínica de São José”.

O agente também disse ao Acorda Cidade que “de uns anos para cá, a empresa sempre está atrasando” e nunca regularizou a situação.

“Até o FGTS da gente tem desde 2022 sem depósito. Ela teve uma última vez que atrasou uns três meses também, só que aí foram se resolvendo. De lá pra cá, sempre atrasava dias e aí agora, do final de 2024 pra cá, teve esse grande atraso aí de três meses já”, explicou Álvaro.

O Acorda Cidade solicitou retorno a prefeitura de Feira de Santana e aguarda retorno.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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