O secretário de Educação e vice-prefeito de Feira de Santana, Pablo Roberto, participou de uma reunião com pais de estudantes, na Escola Wilson Falcão, no bairro Pedra do Descanso, na tarde desta quinta-feira (16). Durante o encontro, ele ouviu as preocupações dos pais quanto ao número de vagas disponíveis no local. Eles temem que, ao serem transferidos para escolas em outros bairros, os filhos estejam expostos a riscos devido à criminalidade.
Ao Acorda Cidade, o secretário informou que a Escola Wilson Falcão, antes pertencente à rede estadual, foi municipalizada na quarta-feira (16) e será reativada. A unidade dispõe de mais seis salas de aula e precisa de poucos ajustes para voltar a funcionar.
“Já realizamos uma visita técnica para avaliar a estrutura da escola, e nosso objetivo, considerando a alta demanda, é que funcione aqui uma escola de Ensino Fundamental II, para alunos do 6º ao 9º ano. Amanhã já começaremos a organizar e preparar o espaço”, afirmou Pablo Roberto.
Segundo ele, as matrículas ocorrerão em regime especial entre segunda-feira (20) e quarta-feira (22) diretamente na escola, após um mutirão de limpeza que ocorrerá no fim de semana.
“Nesta sexta, sábado e domingo faremos a limpeza da escola para viabilizar as matrículas. Ainda será necessário realizar reformas, como revisão do telhado, da fiação elétrica e remoção do mato, mas creditamos que, em 15 ou 20 dias, essas melhorias possam ser concluídas. A escola conta com cerca de seis salas de aula, e a equipe irá ajustar os detalhes em conjunto com a diretoria de ensino”, explicou o secretário ao Acorda Cidade.
Comunidade mobilizada
A líder comunitária Milena Melo, da Associação Mãos Amigas, ressaltou que a reabertura da escola foi uma conquista da comunidade. “Esse prédio da Escola Wilson Falcão é histórico. Não podemos perder esse patrimônio. Além disso, a comunidade precisa urgentemente de ensino fundamental, pois muitas crianças daqui estão sem escola para cursar do 6º ao 9º ano”, disse.
A dona de casa Silvana Santos, que tem dois filhos, um no 6º ano e outro no 8º, relatou sua preocupação com a possibilidade de ter que matricular as crianças em outro bairro, considerando os riscos de violência. Ela destacou que os pais se mobilizarão para ajudar na limpeza do local.
“Vamos reunir todos, fazer um mutirão para limpar o colégio. Estamos preocupados com nossos filhos que não têm onde estudar. As salas estão em boas condições, mas precisam de uma limpeza e de capina, pois o mato cresceu muito. Com a ajuda de todos, conseguiremos reabrir e oferecer um espaço adequado para as crianças”, declarou.
Luana Gomes, outra moradora, reforçou que as mães não querem enviar seus filhos para escolas em outros bairros por causa da violência.