A polícia descobriu que Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar um bolo e matar três pessoas em Torres (RS), já tinha feito outras vítimas antes. O resultado da investigação, divulgado nesta sexta-feira (10/01), ainda detalhou a motivação para qual a mulher teria colocado arsênio na mistura.
“Esta é uma investigação difícil pelo fato de a família ter, segundo os depoimentos coletados, uma convivência muito harmoniosa, (…) mas com divergências causadas basicamente por uma única pessoa”, afirmou o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, em coletiva de imprensa .
Deise era nora de Zeli dos Anjos, que havia preparado o bolo e levado para a confraternização familiar. Ela está internada desde o dia 24 de dezembro e seria vítima por conta de uma desavença de mais de 20 anos: na época, a sogra teria sacado R$ 600 da conta da nora no banco. O valor teria sido pago no dia seguinte, mas Deise não gostou da situação.
“A gente tem plena convicção de que essa narrativa foi construída por ela, inclusive através de boletim de ocorrência, para se livrar do que pudesse ser descoberto durante as investigações. Ela fez um boletim de ocorrência contra o marido em novembro e, na ocorrência, ela cria essa narrativa desse saque que teria ocorrido 20 anos atrás para justificar a desavença com a família”, explicou a delegada Sabrina Deffente, também em coletiva.
Outra vítima foi com a prima do marido de Deise, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43. “Tatiana foi criada como uma irmã do marido da investigada. A desavença que ela tem com a Tatiana, que faleceu, é porque a Tatiana quis casar em uma igreja antes dela e do marido. E isso perdurou por todo esse tempo. Ela nunca esqueceu isso”, revelou Veloso.
Além dela, as tias de Tatiana, Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, e Neuza Denize da Silva dos Anjos, 65 anos, também comeram o bolo e faleceram. “São motivos pequenos”, continuou o delegado. “Nitidamente é uma pessoa doente”.
O sogro de Deise também faleceu, há cerca de seis meses, após comer uma banana com leite em pó oferecida pela nora. “Não temos dúvida de que era uma pessoa que praticava homicídios em série. Ela não foi descoberta durante muito tempo e apagava as provas que pudessem levar até ela”, continuou Sabrina.