A Bahia manteve o segundo maior número absoluto de pessoas pobres no Brasil em 2023, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4). Apesar da redução expressiva nos índices de pobreza e extrema pobreza no estado, a situação ainda é preocupante, com quase metade da população vivendo abaixo da linha da pobreza.
Em 2023, 46% da população baiana — o equivalente a 6,9 milhões de pessoas — estava em situação de pobreza, um número inferior aos 7,5 milhões registrados em 2022. A linha de pobreza, segundo o IBGE, é definida para aqueles cuja renda domiciliar per capita mensal é inferior a R$ 667. Mesmo com a redução, a Bahia continua atrás apenas de São Paulo, que apresenta 7,8 milhões de pessoas nesta condição.
Em termos proporcionais, a Bahia ocupa agora o sétimo lugar entre os estados brasileiros, uma posição a mais em comparação com o ano anterior.
Pobreza extrema: impacto no estado
A pobreza extrema também apresentou uma diminuição significativa no estado, com uma queda de 26% no número de pessoas extremamente pobres em 2023. No entanto, a Bahia ainda lidera o ranking nacional em números absolutos, com 1,3 milhão de pessoas vivendo em extrema pobreza, o que corresponde a 8,8% da população. Para o IBGE, pessoas em extrema pobreza são aquelas que têm uma renda domiciliar per capita mensal inferior a R$ 210. Em termos proporcionais, o estado ocupa a sexta posição no Brasil.
Situação de Salvador
Salvador, a capital baiana, também mostrou avanços, embora ainda enfrente desafios significativos. A cidade teve uma redução expressiva no número de pessoas extremamente pobres, com 185 mil pessoas nessa condição em 2023 — representando 6,3% da população da cidade. Em comparação com o ano anterior, a queda foi de 42,9%.
Com isso, Salvador passou a ocupar o terceiro maior número absoluto de pessoas extremamente pobres entre as capitais e a quinta maior proporção. Em 2022, a capital estava na segunda posição em ambos os indicadores.
Foco da pobreza na Bahia: Vale do Rio São Francisco e Oeste do estado
O IBGE também destacou as regiões com os maiores índices de pobreza e extrema pobreza na Bahia. O Vale do Rio São Francisco e o Oeste do estado apresentam os piores índices, com a população dessas áreas enfrentando as maiores dificuldades econômicas.