
Mulheres da zona rural, do distrito da Matinha, em Feira de Santana estão ganhando cada vez mais espaço no setor da agricultura familiar do estado. A Associação Comunitária de Matinha (Acoma), vai fornecer a produção da fábrica da polpa de frutas para o Colégio de Tempo Integral, que será construído na região.
A nova unidade escolar foi anunciada pelo governador do estado em agosto do ano passado, quando ele esteve no distrito para assinar a ordem de serviço para a construção da Escola Estadual Quilombola da Matinha. As obras, que já iniciaram, representam um investimento de R$ 20.790.437. A previsão de entrega é para 2026.
A presidente da Acoma, Geane das Virgens Almeida, que também é agricultora e tecnóloga, contou ao Acorda Cidade, que a associação começou seu processo de implantação em 2006, mas foi em 2010 que a produção das polpas de frutas ganharam forma. O trabalho das produtoras foi reconhecido pela qualidade em 2014, quando a produção teve a certificação pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O certificado, que tem a validade de 10 anos, venceu em 2024, mas a Acoma já deu entrada e está aguardando a renovação.
“Com essa certificação, ampliou-se a possibilidade de comercialização das polpas, nossos mercados, as nossas demandas. Foi quando sentimos a necessidade de melhorar o trabalho das mulheres e a estrutura. Nesse momento que participamos de um edital, o Bahia Produtivo pelo governo do estado. Submetemos um projeto que foi contemplado. Com esse projeto possibilitou a requalificação da agroindústria, melhorando e ampliando a estrutura, melhorando os equipamentos e aumentando a capacidade de produção”, explicou.
O grupo, formado exclusivamente por mulheres, dá conta da produção, gestão e comercialização das polpas de frutas. Através do investimento do edital do estado, elas puderam adquirir equipamentos que melhoraram a qualidade do trabalho manual das agricultoras.
“Com esses novos equipamentos, com ampliação, estamos na expectativa de inserir nossos produtos, não só nos mercados, em outros mercados institucionais, mas também nos supermercados, mercadinhos. Temos a perspectiva de comercializar, de ver nossos produtos sendo comercializados para as escolas”. O objetivo é comercializar o produto no novo Colégio de Tempo Integral, mas também alcançar outras unidades escolares no município.

“Estamos com a expectativa de conseguir comercializar nossas polpas para as escolas estaduais e também municipais, inserir na alimentação escolar, tendo em vista que o nosso produto é oriundo da agricultura familiar, é um produto de qualidade”.
A produção das polpas de frutas é 100% natural, não possuem conservantes, nem aditivos artificiais. Segundo a presidente, quem experimenta, se fideliza com o produto.

“A nossa matéria-prima é oriunda dos agricultores familiares. Eles são acompanhados por assistência técnica que ajuda a cuidar desses quintais para que as frutas venham com qualidade”.
Neste mês, a Acoma participou do Move, no Centro de Convenções de Feira de Santana, que reuniu especialistas, autoridades e técnicos do setor para discutir inovação, sustentabilidade e novas oportunidades para as agroindústrias familiares do estado.
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