De terça (5) até esta quinta-feira (7), o Colégio Estadual Quilombola de Tempo Integral da Bacia do Iguape (Ceqbi), localizado em Cachoeira, realizará o 1º Festival de Literatura Negra e Quilombola – Ájôdún do Quilombo. Promovido pelos estudantes e por membros da comunidade escolar, o evento tem o objetivo de criar diálogos sobre a cultura, a história e as vozes de autores afro-brasileiros, quilombolas e indígenas.
Um desfile do Bando Anunciador, ocorrido na segunda-feira (dia 4), marcou a abertura do festival do colégio, que está situado na localidade de Santiago do Iguape, uma comunidade remanescente de quilombo. Na programação, estão previstos palestras, oficinas, debates e apresentação de manifestações, que visam valorizar experiências e vivências artístico-culturais afro-baianas.
De acordo com o vice-diretor da unidade escolar, Saul Lomba, o evento – que conta com o apoio do edital Makota Valdina, uma parceria entre as secretarias estaduais da Educação (SEC) e da Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) – é um espaço para celebrar e homenagear a ancestralidade do povo preto. Ele explica que a palavra Ájôdún é de origem iorubá e significa festividade.
“As salas temáticas foram cuidadosamente estruturadas a partir dos livros adquiridos pelo edital Makota Valdina 2023, por meio do qual o Ceqbi incorporou diversas obras de autores negros, negras e indígenas. Cada sala tem dois livros de referência e as rodas de conversa serão abertas com uma breve apresentação realizada pelos alunos, que irão compartilhar informações sobre as obras e seus autores”, destaca o vice-diretor.
Ao longo dos três dias, serão debatidas obras de autores nacionais, como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Bárbara Carine e Jeferson Tenório, e de escritores estrangeiros, a exemplo da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.