Nesta terça-feira (24) é celebrado o Dia dos Mototaxistas, profissionais que fazem parte do sistema de transporte da cidade e auxiliam muito na vida das pessoas. Entretanto, com o avanço das tecnologias e as novas formas de operacionalização do trabalho, esses profissionais estão sofrendo com a baixa procura dos clientes e a concorrência dos transportes por aplicativo.
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Seja na hora de realizar uma entrega ou transportar as pessoas com agilidade, como diz a música: “Chama o motoboy”. A banda feirense, Roça Sound em uma das suas faixas mais populares faz alusão aos profissionais que estão em peso nas ruas de Feira de Santana. Muito antes da chegada dos transportes por aplicativo, que hoje já contemplam a motocicleta, os mototaxistas já “rodavam” prestando o serviço à população.
Em Feira de Santana, os mototaxistas já foram tão presentes no sistema de transporte que renderam muitas outras homenagens, como a que o cantor Thiago Aquino realizou na última Micareta de Feira.
Apesar disso, hoje a categoria, que já foi uma marca da cidade, enfrenta dificuldades.
Para homenagear os mototaxistas, a reportagem do Acorda Cidade esteve em um dos pontos de mototáxi da cidade, localizado na Avenida Getúlio Vargas, na manhã desta terça-feira, para ouvir as demandas dos profissionais, que comentaram sobre os desafios que enfrentam atualmente.
“Hoje em dia, não trabalhamos mais porque a prefeitura tem um modal de mototáxi há 20 anos, aí veio um aplicativo de não sei onde, do exterior, e comandou a cidade. Os caras rodam de qualquer jeito, de bermuda e de sandália, não têm capacitação como nós temos”, disse José Carlos.
O profissional explicou que, para cadastrar uma moto no sistema municipal de mototáxi, é necessário realizar uma formação por meio de um curso específico para transportar passageiros. Já os condutores de aplicativos, segundo ele, praticamente ficam sem fiscalização para atuar na cidade.
Com 20 anos de atuação, José Carlos afirmou que a categoria não tem motivos para comemorar. No ponto em que ele trabalha, há 10 mototaxistas.
“Estamos parados nos pontos, e o aplicativo está rodando aí de qualquer jeito, sem fiscalização, comandando a cidade. Está difícil, tem mais de 50 mil motos rodando na cidade e nós aqui parados. Cheguei às 5h da manhã e ainda não fiz uma corrida. Não tem mais como trabalhar”, lamentou.
Antônio Jorge trabalha na área desde 2007. Ele também destacou ao Acorda Cidade que o movimento caiu bastante nos últimos anos, principalmente por conta da concorrência dos transportes por aplicativo. Atualmente, ele realiza, em média, cinco corridas por dia, com valores entre R$ 8 e R$ 10.
“Estamos tendo dificuldade para trabalhar, porque o pessoal do interior está vindo para cá rodar por aplicativo. Aplicativo que foi feito para entrega de pizza agora está sendo usado para transportar passageiros. O pessoal trabalha sem nenhuma qualificação. Devido a isso, eles acabam colocando a vida dos passageiros em risco, porque algumas pessoas envolvidas com o crime se passam por motoristas, o que leva a casos de assalto e acidente. Eles não têm respeito pela profissão e agem com irresponsabilidade e imprudência”, criticou Antônio.
Apesar da baixa procura pelo serviço relatada por eles, os feirenses ainda encontram os mototaxistas rodando pela cidade. Muitos possuem uma clientela fiel que contam com os profissionais para ter mais segurança durante suas corridas. Mesmo diante das dificuldades, a categoria segue firme no dia a dia trazendo confiança, qualidade e responsabilidade para as ruas.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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