Professores da Uneb aprovam greve por tempo indeterminado

greve dos professores
Foto: Divulgação/Aduneb

A greve por tempo indeterminado foi aprovada pelas professoras e professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), nesta tarde de segunda-feira (23), em assembleia geral docente, realizada no Campus da Uneb de Salvador. De acordo com o que dispõe o Supremo Tribunal Federal, sobre legalidade do movimento grevista, após a aprovação é necessária a comunicação prévia à administração pública em, no mínimo, 72 horas de antecedência ao início da greve.

A Aduneb informa que a greve cumprirá todos os requisitos legais e manterá mais de 30% dos serviços essenciais na universidade.

A deflagração da greve aconteceu após a categoria docente considerar insuficiente a nova proposta apresentada na reunião da última quinta-feira (19). Na ocasião, após duas propostas iniciais e rebaixadas serem levadas às direções sindicais, uma terceira foi colocada à mesa e encaminhada para análise da assembleia. Nela, o governo propôs reajuste salarial acumulado em 13,83% em dois anos, sendo 6,79% em 2025 (4,7% em jan / 2% em jul) e 6,59% em 2026 (4,5 em jan / 2% em jul).

As análises e projeções realizadas pelo Fórum das ADs, espaço que congrega as associações docentes da Uneb, Uefs, Uesb e Uesc, demonstraram que a nova proposta representa uma recomposição salarial (aumento acima da inflação) de 4,94%, juntando os valores dos anos de 2025 e 2026, utilizando-se as previsões inflacionárias do Boletim Focus. Segundo cálculos do Dieese, a defasagem salarial devido à falta de recomposição inflacionária, desde 2015, chega a 35%. Valor muito superior aos 4,94% que vieram da última mesa de negociação.

Para a coordenação da Aduneb, embora a última negociação tenha demonstrado um avanço, o Governo da Bahia ainda persiste na falta de interesse político para a resolução do problema. Os dados apresentados pelo próprio governo comprovam que os gastos públicos estão muito abaixo do limite prudencial exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Desde o início de 2023, docentes das universidades estaduais baianas tentaram negociar sem a necessidade da radicalização do movimento. Com responsabilidade, as representações sindicais participaram de 15 reuniões. Outras quatro foram desmarcadas pelo Executivo, segundo a Aduneb.

Negociação deve continuar

Nesta próxima quarta-feira (25), as representações sindicais dos docentes das universidades estaduais da Bahia terão nova reunião na Secretaria Estadual da Educação. Além de levar as respostas das assembleias ao governo, a expectativa é a continuidade das negociações. Para a Aduneb, o movimento docente continua a demonstrar interesse em negociar, qualquer suspensão da mesa será uma decisão unilateral e arbitrária do governo.

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