
O Dia Mundial sem Carne é comemorado anualmente em 20 de março. Seu objetivo é incentivar as pessoas a reduzir ou eliminar o consumo de proteína animal. Visa ainda conscientizar sobre o processo produtivo da carne, mercado que envolve assuntos como crueldade e sofrimento animal, poluição e uso de recursos naturais, entre outros aspectos.
Criada em 1985 por movimentos ambientalistas e de proteção animal nos Estados Unidos, o Dia Mundial Sem Carne, traz luz ao debate sobre a indústria da carne e a adoção de hábitos mais saudáveis e sustentáveis. De acordo com pesquisa de 2024 da consultoria SkyQuest, o mercado global de alimentos veganos foi avaliado em US$ 20,14 bilhões em 2024, mas deve alcançar os US$ 44,79 bilhões até 2032. O crescimento desse mercado é alimentado por fatores como a procura por saúde e bem-estar, responsabilidade ambiental e melhores tecnologias de alimentos.
Alternativas lácteas e substitutos de origem vegetal vêm impulsionando o mercado sem carne. No entanto, o alto preço afasta alimentos veganos da mesa da maioria dos consumidores. A disponibilidade limitada desses alimentos em regiões inexploradas e em áreas rurais também é uma das barreiras do mercado. No entanto, inovações no desenvolvimento de produtos e expansão do consumo nos países em desenvolvimento são algumas oportunidades observadas.
Mais saúde
Professora de Nutrição da Estácio, Maria Tainara defende que o Dia Mundial Sem Carne mostra que a proteína vegetal também é nutritiva. “É possível ter uma alimentação adequada, saudável, saborosa e sem o consumo de carne, ou com uma redução do consumo dessa proteína”, frisa.
Ainda conforme Maria, a proteína animal possui mais gorduras saturadas e seu consumo em excesso facilita o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). “Com uma alimentação balanceada, é possível suprir a necessidade de nutrientes com as proteínas vegetais e demais tipos de alimentos”, explica.
Exemplos de vegetais ricos em proteínas incluem o feijão carioca cozido (4,8 g), feijão preto cozido (4,5 g), amendoim (25,4 g), grão de soja (16,2 g), nozes (14 g), castanha de caju (18,2 g) e aveia (15,4 g), mas a gama de verduras, grãos e castanhas é muito maior.
Muita água para pouca carne
Para produzir 1kg de carne de boi, são gastos cerca de 15,5 mil litros de água. Esta é a média global que leva em conta a criação de gado em países do hemisfério norte, conforme dados da Embrapa. No Brasil, os pesquisadores do órgão desenvolvem estudos para definir a pegada hídrica na pecuária brasileira.
O impacto também pode ser sentido na atmosfera. O metano liberado pelos arrotos (fermentação entérica) e gases dos bovinos é um dos principais gases de efeito estufa. Além disso, as fezes dos animais emitem óxido nitroso (N₂0), outro composto que contribui para o problema. Um estudo de 2023 que integra o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima (SEEG), aponta que esses gases somaram 600 milhões de toneladas no ano, cerca de 26% do total de emissões do Brasil. Para piorar, a expansão da pecuária para áreas de floresta acelera o desmatamento, que é uma das maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa.
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