Após a prisão de um empresário e a apreensão de uma grande quantidade de cobre, a Polícia Civil segue investigando possíveis desdobramentos do esquema de receptação de fios de cobre em Feira de Santana. Segundo o delegado João Rodrigo Uzzum, adjunto da 1ª Delegacia Territorial, há indícios de que o material furtado esteja sendo repassado para receptadores fora do município.
Nesta quarta-feira (19), foi realizada uma audiência de custódia que estabeleceu uma fiança no valor de 10 salários mínimos, um total de R$ 15.180,00. O empresário pagou o valor e vai responder ao processo por receptação de fios de cobre em liberdade.
“Estamos trabalhando no sentido de até identificar receptadores fora da cidade. Após reunir uma grande quantidade de material, esse material é vendido, então você tem aí um segundo receptador que compra em larga escala”, afirmou o delegado.
Na última terça-feira (18), a polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela Segunda Vara Criminal de Feira, em duas empresas suspeitas pela receptação de fios de cobre. A ação ocorreu nos bairros Baraúnas e Cidade Nova. As investigações começaram quando dois usuários de drogas foram presos pela polícia.
Segundo o delegado, eles assumiram que os fios eram furtados de residências e comércios de Feira de Santana e repassados para duas empresas na cidade. “Eles arrancavam fios, tubulação de ar-condicionado e vendiam para duas empresas aqui da cidade. Duas empresas já estabelecidas e antigas na cidade”, explicou Uzzum.
Em um dos estabelecimentos, os agentes encontraram uma grande quantidade de fios queimados e amassados, característicos do material repassado por usuários de drogas, popularmente conhecidos como “sacinzeiros”.
Foi apreendido R$ 10 mil em dinheiro trocado no cofre do empresário, que segundo Uzzum, é comum de quem faz transações frequentes com usuários de drogas.
“Notas de R$ 5, de R$ 2, de R$ 10, ou seja, aquele dinheiro típico de se entregar a usuários de droga. E ele foi autuado em flagrante pelo delito de receptação qualificada, que é aquela receptação própria do comerciante. Esse crime, de receptação de fios de cobre, dá até 8 anos de reclusão. Ele não é afiançável na fase policial”.
Segundo empresário investigado pela Receptação de fios de cobre
O delegado Uzzum também explicou ao Acorda Cidade que o segundo empresário investigado não foi preso, porque não estava presente no momento da operação. A quantidade de material encontrada no estabalecimento dele também era menor.
“Foi acionado o DPT para ambos os casos, feitas as perícias e hoje esse outro empresário se apresentou aqui com o advogado e foi interrogado, tendo, inclusive, se reservado o direito de permanecer calado”, disse.
Ainda segundo Uzzum, a receptação de fios de cobre em Feira de Santana tem causado prejuízos não apenas para moradores, mas também para o poder público. De acordo com ele, bairros como Kalilândia, Santa Mônica e Serraria Brasil, mais localizados no centro da cidade, são frequentemente alvos desses crimes.
Além disso, há suspeitas de que o esquema esteja relacionado a roubos de cabos na Avenida Getúlio Vargas, Maria Quitéria e Presidente Dutra, que chegaram a comprometer o funcionamento dos semáforos da cidade.
A Polícia Civil segue as investigações para identificar e responsabilizar todos os envolvidos na receptação dos materiais.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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