
Uma estudante de 6 anos, cardiopata congênita, passou por uma situação constrangedora dentro da sala de aula no último dia 6. Segundo a mãe, Juliana Gomes Sobrinho, a criança foi obrigada a limpar o chão da escola após derrubar uma garrafa de água. A ação teria partido de uma auxiliar de serviços gerais que trabalha na Escola Municipal Horácio Silva Bastos.
Juliana contou ao Acorda Cidade que tentou conversar com a diretora da escola, mas não foi recebida pela gestora que estava no horário de almoço. Ela buscou por uma representante, mas também não foi atendida.
Entretanto, antes de sair da unidade, a criança reconheceu a funcionária e contou à mãe quem seria que teria feito a menina limpar o chão. Segundo Juliana, ela perguntou porque a funcionária teria feito aquilo e ela respondeu da seguinte forma: “Ah mãe, fiz mesmo. Vou até pegar sua garrafinha aqui na direção. Foi lá, trouxe a garrafinha e me entregou. Aí eu disse assim, ‘sim, por que tu fez isso com minha filha?’ É porque quem quebrou a garrafa foi ela quem sujou, ela que tem que enxugar”.

A funcionária ainda disse, segundo o relato da mãe, que “ela não limpou com pano de chão não, ela limpou foi com o rodo, e enxugou e deixou ‘bem sequinho’.
“Eu disse, você não tem vergonha não? Você faz que papel aqui dentro? Meu papel é de serviço gerais, mas ela que sujou, ela que tem que limpar”, contou Juliana ao Acorda Cidade.
Ao sair da escola, Juliana disse que encontrou outra pessoa que observava a situação e confirmou o nome da funcionária e as atitudes dela naquele dia.
Sem retorno imediato da escola, a mãe decidiu registrar denúncia na polícia, no Ministério Público e no Conselho Tutelar. Logo depois, a diretora informou a mãe por ligação que estaria avaliando o caso, mas que deveria levar a criança até a escola na segunda-feira, que a funcionária iria pedir desculpas.
“Fui no Ministério Público, fui para a delegacia e fui no Conselho Tutelar também, onde pude relatar o caso que aconteceu com minha filha. Porque, para muitos, pode ser normal, mas minha filha é uma menina com cardiopatia congênita”, declarou a mãe.

Diante de toda a movimentação do caso, a mãe ficou com receio após a mulher ter dito que “era peixe grande” e seguiu buscando suas providências. Segundo ela, a menina sentiu o impacto de todo constrangimento que passou na frente das outras crianças e decidiu pedir a transferência da menina da unidade escolar.
“Na segunda-feira, ela não quis entrar na escola. Disse: ‘Mamãe, a moça vai falar coisa comigo, eu não vou entrar’, começou a chorar. Na terça, novamente. Resolvi levar, chorou, não quis ir. Ela disse: ‘Para essa escola, eu não vou. Ah, mamãe, eu vou dar queixa que eu não quero ir mais para essa escola, não, porque a moça vai me bater’”, revelou a mãe.
O que diz a Secretaria de Educação
Diante da repercussão, a Secretaria de Educação do município informou ao Acorda Cidade que a funcionária terceirizada foi afastada.
“A Secretaria já tomou todas as medidas cabíveis. Não podemos abrir sindicância porque ela não é funcionária pública, é terceirizada. Ouvimos a mãe e o jurídico ouviu a funcionária para nos enviar um parecer. Atendendo ao pedido da mãe, nós transferimos a aluna de escola, que já está frequentando as aulas.”
A mãe ainda reforçou a necessidade de se manifestar a respeito do caso e pediu uma medida mais dura das autoridades diante da situação. “Uma pessoa dessa não tem estrutura para ficar em escola nenhuma. Pegar o serviço dela e colocar para uma criança de seis anos fazer? Podia ser uma criança normal, podia não ser. E aí? Vai ficar por isso mesmo? Uma simples conversa, uma simples desculpa?”, questionou.


Com informações da jornalista e produtora Iasmim Santos do Acorda Cidade
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