Câncer de pele: como se proteger e identificar sinais de alerta na estação mais quente do ano

O verão é o momento ideal para ampliar a discussão sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de pele, que representa cerca de 31% de todos os tumores malignos no Brasil. Em 2023, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que houve 8.980 novos casos de melanoma e 220.490 (101.920 em homens e 118.570 em mulheres). A estimativa para o País durante o triênio 2023-2025 é de 704 mil novos casos a cada ano.

Os tipos mais comuns de câncer de pele, os carcinomas, correspondem a 95% dos casos. Sua ocorrência está mais relacionada à intensa exposição solar ao longo da vida. Portanto, o efeito cumulativo dessa radiação tem grande impacto nessa evolução e, por isso, o sol em excesso continua sendo o inimigo número um da saúde da pele.

De acordo com a Dra. Lilian Licarião Rocha, dermatologista do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, é imprescindível o uso de protetor solar. “É importante usar o protetor solar, principalmente no Verão quando a incidência dos raios solares é mais intensa. As roupas ainda são a melhor e mais básica forma de se proteger, já que hoje também há opção de roupas com fator de proteção solar (FPS). Quanto menor for a exposição de partes do corpo, melhor é a forma de prevenir”, explica.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do câncer de pele, especialmente o melanoma, é importante para aumentar as chances de cura. A dermatoscopia e o mapeamento fotográfico corporal são ferramentas importantes para a identificação de pequenas estruturas específicas do melanoma e detecção precoce de detalhes invisíveis a olho nu. O exame é recomendado para pessoas que tenham grande número de pintas pelo corpo, histórico pessoal ou familiar de melanoma, tenham realizado bronzeamento artificial ou tenham a pele muito clara, que sejam ruivas ou que tenham sofrido queimaduras de sol durante a infância, pois são as que apresentam maior tendência ao surgimento do problema.

Realizar uma consulta anual dermatológica faz parte das medidas preventivas. “Durante a consulta já é realizada a dermatoscopia dos nevos (ou pintas). A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para enfrentar o câncer de pele de maneira eficaz e identificar sinais de alerta, como manchas ou pintas que mudam de cor, forma ou tamanho. Quanto antes ele for detectado, maiores são as chances de tratamento eficaz e menos invasivo”, afirma a dermatologista.

Cerca de 5% a 12% dos casos de melanoma estão associados a histórico familiar e mutações genéticas específicas. Para esses casos, pode ser requisitado o exame de pesquisa genética para determinação diagnóstica, permitindo a investigação precoce em outros membros da família e contribuindo para a redução da mortalidade.

Tratamento

O tratamento depende do tipo de lesão. Em geral, os tumores não-melanoma podem ser retirados por cirurgia, pela cauterização, pela aplicação local de quimioterapia ou por terapia fotodinâmica, que combina substâncias fotorreagentes com uma fonte de luz para a destruição da lesão. Já o melanoma requer cirurgia para a remoção do tumor e dos tecidos ao redor e, nos casos mais graves, também dos gânglios próximos para evitar futuras metástases. “Em raras situações pode-se indicar quimioterapia tópica ou radioterapia, porém a cirurgia é a primeira opção quando possível”, explica a médica.

Para auxiliar no diagnóstico, pode-se usar a regra do ABCD do melanoma que valoriza algumas características específicas das manchas e pintas: assimetrias, bordas irregulares, cor de diferentes tonalidades e diâmetro maior que seis milímetros. Outros sinais de alerta incluem feridas que não cicatrizam em mais de quatro semanas, mudanças na textura da pele e pintas e manchas que crescem e sofrem alterações de cor e tamanho. Qualquer achado semelhante é motivo suficiente para visitar um dermatologista.

As pessoas com história familiar de câncer de pele e/ou com grande quantidade de pintas precisam de acompanhamento regular desse especialista para que qualquer alteração suspeita seja identificada no começo.

Previna-se no Verão

– Reaplique o filtro solar (fator 30, no mínimo) pelo menos a cada três horas;
– Proteja-se mesmo na sombra, pois a radiação solar reflete na água, areia e concreto;
– Evite a exposição ao sol das 10 às 16 horas;
– Evite o bronzeamento artificial;
– Previna a pele seca;
– Use chapéu e camiseta ao se expor ao sol;
– Faça do uso do filtro solar parte de sua rotina diária, principalmente quando praticar esportes ao ar livre;
– Avalie sua pele regularmente.

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