Com números recordes de apreensão de drogas no último ano, resultado do trabalho de inteligência policial, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderá ter seu poder de polícia limitado. As mudanças no nome da instituição e em suas atribuições estão previstas na PEC da Segurança, apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, na última semana.
Embora o documento — elaborado para ampliar a atuação do Governo Federal nas ações de segurança pública nos estados — estenda a área de atuação ostensiva da PRF para ferrovias e hidrovias federais, a PEC também inclui no texto a exclusividade de investigação nas áreas de competência da instituição as polícias judiciárias, limitando suas atividades ao trabalho de fiscalização dessas vias.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Tácio Melo, ressalta que grande parte dos resultados alcançados pela PRF é fruto do trabalho de inteligência realizado pela corporação. “É justamente no levantamento em campo, aliada a outras ações de inteligência o que permitiu obtermos resultados tão expressivos, e, o melhor, garantindo a total integridade dos nossos agentes e das pessoas envolvidas nas ocorrências”, afirmou. A categoria defende a permanência das atribuições policiais de inteligência nas áreas de competência da instituição.
Ainda segundo Melo, a marca PRF, estabelecida ao longo de anos de atuação e defesa da sociedade nas rodovias, já carrega simbolismo e confiança junto à população. Na avaliação do presidente da FenaPRF, mudar o nome e a sigla da instituição pode resultar em perdas de credibilidade junto à sociedade e apagar a história quase centenária do órgão federal.