Dois sócios da Nofake, empresa que representou o Vitória no caso da artesã cobrada em R$ 1,6 mil acusada de pirataria, foram presos na tarde desta segunda-feira (30). A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu os mandados de prisão preventiva expedidos pela operação “Verita Visus”. As informações são do g1.
A operação foi realizada na cidade de Santos Dumont, em Minas Gerais, onde fica a sede da Nofake. Os empresários são suspeitos de praticar extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com faturamento estimado em quatro milhões.
As investigações surgiram a partir de denúncias de delegacias de todo o país, onde as vítimas relataram terem sofrido extorsão pela empresa. Uma delas foi Patrícia, que, em agosto, foi notificada pela Nofake por conta de uma lembrança de aniversário com tema do Vitória que custou R$ 1,60.
Segundo as investigações da PCMG, a empresa procurava nas redes sociais perfis que vendiam produtos supostamente falsificados e simulava interesse em comprá-los. Com essas informações, outro setor da empresa fazia contato, informando que a pessoa estaria praticando crimes de violação de direitos intelectuais.
Além da acusação de diversos crimes contra a pessoa notificada, havia também a chantagem de que o acordo proposto sairia mais barato do que uma ação judicial contra o vendedor. A empresa exigia então o pagamento de um acordo extrajudicial, cujos valores eram estabelecidos conforme o número de seguidores nas redes sociais. Quando o acordo não era cumprido, a empresa denunciava o perfil e o derrubava do ar.
O delegado responsável pelo caso, Daniel Gomes de Oliveira, explicou que esses acordos não teriam o poder de afastar a responsabilidade criminal dessas pessoas, caso a prática criminosa fosse comprovada. Segundo ele, não se tratava de reparo aos danos, mas sim de pagamento dos “custos operacionais” da Nofake.
“As vítimas poderiam pagar duas vezes, sendo os custos operacionais para uma empresa que não é vítima da violação, além de também pagarem por danos morais e materiais”, destacou o delegado.
Com o andamento das investigações, a Justiça atendeu ao pedido da PCMG e decretou a prisão preventiva dos dois sócios: um homem de 30 anos e uma mulher de 26 anos. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na empresa e nas residências dos investigados, além de uma determinação suspendendo as atividades e o bloqueio das contas bancárias, tanto da empresa quanto dos envolvidos.
Computadores, celulares, notebooks, livros de registro, equipamentos de informática e um veículo de luxo foram apreendidos. Os sócios da Nofake foram encaminhados ao sistema prisional, onde permanecem à disposição da Justiça.
Em nota o Esporte Clube Vitória disse que “o Vitória, assim como as demais marcas e clubes representadas pela empresa, aguardam as apurações REAIS dos fatos e um posicionamento da Nofake”, finaliza.
Veja a nota da empresa NOFAKE
