O preço da carne bovina tem aumentado em Feira de Santana, e muitos consumidores já perceberam a diferença nos açougues e mercados da cidade, incluindo no Centro de Abastecimento.
Segundo apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seu último levantamento, esse aumento segue uma tendência nacional como foi explicado pelo médico veterinário e pecuarista, Maurício Nogueira, em entrevista ao Programa Acorda Cidade, pela Rádio Sociedade News 102.1 FM, nesta quarta-feira (11).
SEJA VIP: Siga o canal do Acorda Cidade no WhatsApp e receba as principais notícias do dia.
Segundo dados do IBGE divulgados na última terça-feira (10), a inflação oficial do país registrou alta de 0,39% em novembro, desacelerando em relação aos 0,56% de outubro. No entanto, o setor de alimentos e bebidas foi responsável por 0,33 pontos percentuais do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrando um aumento de 1,55%.
O principal impacto veio das carnes, que tiveram alta de 8,02%, sendo a maior variação mensal dos produtos desde dezembro de 2019 (18,06%). Cortes ficaram mais caros, como alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%).
No acumulado de 12 meses, a inflação das carnes acelerou de 8,33% até outubro para 15,43% até novembro deste ano. A variação mais recente é a maior desde outubro de 2021 (19,71%), conforme os dados divulgados na terça (10) pelo IBGE.
As carnes apresentam alta no acumulado de 12 meses desde setembro deste ano. Antes, no mesmo recorte, os produtos vinham em uma trajetória de queda de preços no país, registrada de fevereiro de 2023 a agosto de 2024.
Vale lembrar que o consumo das mercadorias costuma subir na reta final do ano, o que também pode pressionar a inflação.
Ao Acorda Cidade, Maurício Nogueira destacou que o aumento no preço da carne é resultado de uma combinação de fatores que impactaram tanto o mercado interno quanto o externo.
“Teve muita procura no mesmo momento, escassez por causa da pastagem queimada e procura internacional e interna. Aí fez o mercado estourar”, explicou.
De acordo com ele, três situações principais contribuíram para a alta:
- Queimadas como nos estados de Mato Grosso e em São Paulo, que prejudicaram a qualidade das pastagens e reduziram a oferta de gado.
- Aumento da exportação para a China, que comprou grandes volumes de carne brasileira no segundo semestre.
- Crescimento do consumo interno, o que gerou uma maior demanda local no mesmo período.
“Em quatro meses, aumentou 52%. Eu já vendi essa semana R$ 315 (a arroba do boi) e tem tendência de baixar”, afirmou Maurício.
Leia também: Preço da carne sofre reajuste no Centro de Abastecimento; picanha está custando R$ 50 por quilo
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram