Nesta terça-feira (10/12), a Justiça Federal decretou a prisão preventiva de 17 pessoas acusadas de participar de um esquema criminoso envolvendo fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos, totalizando R$ 1,4 bilhão. A decisão foi proferida pela 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, conduzida pelo juiz Fábio Moreira Ramiro, no âmbito da Operação Overclean, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro por meio de contratos com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), na Bahia.
Até o momento, 15 pessoas foram presas em ações realizadas na Bahia, São Paulo e Goiás. Na Bahia, as diligências ocorreram em Salvador, Lauro de Freitas, Jequié, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner.
De acordo com as investigações, a organização criminosa era liderada pelos empresários Alex Rezende Parente, Fábio Rezende Parente, José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e o ex-coordenador estadual do DNOCS na Bahia, Lucas Maciel Lobão Vieira. O grupo é acusado de fraudar licitações, superfaturar contratos e desviar grandes quantias de dinheiro.
Interceptações telefônicas apontaram que os líderes, cientes do risco de investigação, ordenaram a destruição de provas, utilizando máquinas trituradoras para eliminar documentos e dados digitais relacionados ao esquema.
“As conversas interceptadas revelaram uma operação coordenada e sistemática de destruição de provas, que incluía a utilização simultânea de três máquinas trituradoras. Foram destruídos carimbos de empresas, cotações impressas e propostas fraudulentas”, relatou a Polícia Federal.
Os principais nomes apontados como integrantes do suposto grupo criminoso são: Alex Rezende Parente, Fábio Rezende Parente, Lucas Maciel Lobão Vieira, Flávio Henrique de Lacerda Pimenta e José Marcos de Moura, da MM Limpeza Urbana.
Outras 12 pessoas estariam envolvidas em atividades de apoio ao esquema. Os nomes dos outros investigados que as prisões foram solicitadas são: Clebson Cruz de Oliveira, Fábio Netto do Espírito Santo, Orlando Santos Ribeiro, Francisco Manoel Neto, Kaliane Bastos, Claudinei Aparecido Quaresemin, Itallo Almeida, Evando Baldino, Geraldo Santana Filho, Diego Rodrigues, Ailton Figueiredo Souza Júnior e Iuri dos Santos Bezerra.
A prisão preventiva foi solicitada para evitar a destruição de mais provas, garantir a continuidade das investigações e prevenir a fuga dos investigados. A Justiça baseou a decisão na identificação de tentativas de obstrução das investigações por parte dos acusados.
A Operação Overclean segue em andamento, com novas diligências sendo realizadas para aprofundar as apurações e identificar outros possíveis envolvidos.
REI DO LIXO: Empresário Marcos Moura é um dos alvos da Operação Overclean